domingo, 18 de julho de 2010

Os olhos veem o que querem e o que não

Hoje estava almoçando com um amigo de São Vicente e ele veio com a seguinte conversa:

"Eu sempre gostei de ajudar os outros. Por isso, comecei a ler a Bíblia. Sem nenhum motivo aparente, um belo dia senti vontade de cumprimentar as pessoas desconhecidas na rua. Quando cheguei em casa, abri a Bíblia e o primeiro trecho que eu lí falava sobre isso, sobre como cumprimentar conhecidos não significa nada, mas para os desconhecidos significa muita coisa. Interpretei isso como um sinal e agora estou mais engajado na minha missão."

Pessoas diferentes interpretam os mesmos fenômenos de diferentes pontos de vista. Na minha opinião, muitas vezes as pessoas interpretam pequenas coincidências como o que elas são, coincidências. Na hora em que aquele acontecimento pode vir a ter algum valor pra pessoa, a interpretação já é diferente.

Um outro amigo tem uma camiseta onde está escrito o título desse texto. Não sei se a frase é exatamente essa, não importa, a idéia que ela transmite é essa. Eu acho que é exatamente o caso. Eu mesmo passei pelo outro lado dessa moeda recentemente ("ver" o que não quer), em uma situação bem diferente, e cada vez mais percebo que o que eu vi não é exatamente o que eu pensei ter visto. Entendeu?

É importante discernir entre as coincidências e o que é real. Nos salva de decepções infundadas e de falsas esperanças, as duas numa cajadada só.

Bem, de qualquer forma, se esse caso da Bíblia incentivá-lo a ajudar ainda mais pessoas, eu não vejo mal algum, justamente o contrário, ele só tem a ganhar com isso! Mas, como todas as coisas no mundo, tudo em excesso faz mal. Contanto que ele lide com isso como um incentivo a mais e mais um motivo pelo qual trabalhar, é altamente válido; o que não pode é levar isso como um modo de vida e única razão para a caridade e trabalho social. Muitos outros fatores estão envolvidos e seria importante levar todos eles em consideração.

5 comentários:

  1. Tudo o que estimula o Bem é bom. Esperar qualquer recompensa por fazer o Bem é perverso. Logo, se um Livro estimula a feitura do Bem, mas a estimula a partir de promessas de recompensa ou do medo da punição, esse Livro passa a ser perverso. O homem deve fazer o Bem ao seu próximo porque seu coração manda. Nada impede que aqueles que não seguem um Livro possam fazer o Bem, da mesma forma que não impediu/impede que os que seguem façam o Mal. O Livro talvez estimule um pouco mais do que nossa própria consciência manda. E para os que seguem tais Livros, uma dica: Que usem os Livros como uma lanterna mostrando o caminho, e não uma muleta em que vocês se apoiam e soltam todo o peso das suas culpas, medos e anseios. Bom post.
    P.S: Gostei do título, acho que vou arranjar uma camiseta com essa frase :)

    ResponderExcluir
  2. Agora estou curiosa para saber o que vc viu e não era exatamente o que havia ter pensado visto..

    De qqler forma, e será q o q vc viu era realmente o q não viu?

    Como sabe?

    O Mundo é perveso, nos engana.. diz que não engana. Não engana e diz que engana. As mentes são perversas, as interpretações perversionadas a todo instante.

    ResponderExcluir
  3. O título já é autoexplicativo.
    Mas me interessa o ponto de vista de cada um. É como se fosse um universo em cada pessoa. Com suas interpretações e visões.

    ResponderExcluir
  4. Sem palavras a acrescentar meu amigo, simplesmente perfeito.
    Também passei por isso um bom número de vezes, e a alguns meses atrás, fiquei pasmo ao observar meu um grande amigo justificar muitas coisas em sua vida devido a um punhado de coincidências.....
    É o destino, como ele bem disse na época

    ResponderExcluir